Tivemos uma reflexão do Nooma You (Você), quando somos apresentados às circustâncias que rodearam a igreja cristã no seu início, perguntamos: "O que faz a fé cristã tão especial? O que ela tinha de única?". Falar de alguém que tinha vindo ao mundo por um nascimento virginal, fez milagres e ressuscitou não era tão inédito, os romanos tinham um deus com uma estória bem semelhante; falar de alguém que era chamado filho de Deus e estava à direita de Deus era falar também de um imperador romano que tinha o mesmo discurso.
"Esses primeiros cristãos crêem que a ressurreição de Jesus tinha implicações para o universo inteiro. Sua tradição dava a eles a visão de um mundo fragmentado e desesperadamente necessitado de um ajuste e que em algum ponto no futuro, Deus iria ajustar tudo novamente. Para eles, essa restauração futura não tinha nada a ver em deixar o mundo; tinha a ver como a renovação desse mundo... Eles viam a ressurreição de Jesus como o início desse movimento universal de restauração do mundo"
De fato era uma mensagem que entrava em conflito com a pax romana, enquanto o imperador invadia as regiões e se proclamava senhor sobre as regiões querendo estabelecer um novo equilíbrio mundial à força, os cristãos promoviam encontros semelhantes ao que Roma impunha (ekklesias) para proclamar que Jesus era o senhor e promover essa restauração através do amor, generosidade e serviço. Entre uma mensagem de paz pela imposição política e a mensagem de paz através de atos de amor, o que você preferia?
É irônico encontrar igrejas com uma mensagem cristã, mas com um teor de domínio, política ou imposição enquanto vemos que o que tornou o cristianismo universal, foi o serviço ao mundo.
"E isso tem uma dimensão pessoal bem profunda: Jesus salvou a mim, salvou a mim dos meus pecados, dos meus erros, do meu orgulho, da minha indiferença ao sofrimento desse mundo. Do meu cinismo e desespero, a fragmentação que vejo no mundo ao meu redor é um reflexo da fragmentação da minha própria vida... e a parte mais bonita é ver que pessoas como eu e você, quebradas, fracas, vulneráveis somos convidados a ser os pés e as mãos de Jesus que nos ama exatamente como somos, e nos ama ao ponto de querer nos tirar dessa situação"
As pessoas olhavam para a comunidade e viam Jesus presente, eles eram a prova de que Deus não tinha abandonado o mundo e por isso tinha levantado aquela comunidade. O evangelho era personificado em cada pessoa.
Nosso convite não é somente a participar da comunidade, mas a ser testemunha da ressurreição de Jesus e personificar o evangelho através de uma vida convertida a atos de amor e generosidade, a ser essa boa notícia que Jesus trouxe a esse mundo.
- Quais as implicações reais da ressurreição de Jesus à sua vida? Com que palavras você expressaria essas implicações?
- Se as pessoas nos virem como gastamos nosso tempo, como gastamos nosso dinheiro, o que amamos, quem amamos, você acha que eles veriam em nós que Jesus ressuscitou dos mortos?